PRIMEIRO APARELHO DE RAIOS-X DA AMERICA DO SUL

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Em 8 de novembro de 1895, o físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen (1845 – 1923) produziu radiação electromagnética nos comprimentos de onda correspondentes aos atualmente chamados raios X. O episódio ficou registrado como a descoberta oficial da radiação ionizante.

Poucos anos mais tarde, encantados com a possibilidade de enxergar os pacientes por dentro, médicos do mundo todo adotam a tecnologia nos tratamentos de saúde e operações. Inclusive, no Brasil, que sempre esteve intimamente ligado com as descobertas da Radiologia.

A origem da Radiologia no país tem mais de uma versão oficial. Hoje, a gente vai contar sob o olhar do pioneiro Aristides Negretti, de 88 anos. Ele foi aluno no primeiro curso de técnicos em Radiologia do Brasil, fundado no Hospital das Clínicas de SP, em 1951. O curso, que no início se chamava “Curso Técnico Raphael de Barros”, existe até hoje e forma 50 profissionais por ano.

Em 1897, o professor Alfredo Brito (1863 – 1909) realizou, na Bahia, a primeira radiografia no campo de batalha, durante a Guerra de Canudos, para localizar projeteis de arma de fogo nos combatentes. Foram realizadas 98 radiografias e radioscopias em 70 feridos, conta Aristides.

Segundo Negretti, no mesmo ano, um comerciante rico de Recife importou um aparelho para fazer, em suas festas, radioscopias das mãos das senhoras da sociedade local. Naquela época, o domínio da radiação ionizante se denotava como um elemento de poder.

A realização da primeira radiografia no Brasil é atribuída a diferentes pesquisadores. Não há consenso absoluto, algumas versões se desdobraram ao longo do tempo. Cronologicamente, todos os trabalhos estão muito próximos. Por isso, é difícil definir quem foi o primeiro radiologista a ter a honra do feito.

A maioria da academia brasileira considera que a primeira radiografia foi feita por Alfredo Brito, na Bahia. Mas há quem diga que Silva Ramos inaugurou a tecnologia, em São Paulo. Outras correntes argumentam que os experimentos de Francisco Pereira Neves se deram antes, no Rio de Janeiro. Há até quem diga que antes de tudo isso os físicos do Pará largaram na frente, com experimentos bastante inovadores.

Verdade seja dita, inobstante quem foi o primeiro, é necessário reconhecer que o Brasil está na vanguarda da ciência radiológica. Independente de todas as dificuldades de comunicação e transportes da época, os pesquisadores brasileiros estudaram, viajaram e ajudaram a desenvolver a tecnologia logo nos seus primeiros anos.

A cidade de Formiga, em Minas Gerais, recebeu o primeiro aparelho de Radiologia instalado no interior do Brasil. Quem trouxe o equipamento foi o doutor Carlos Ferreira Pires, no final do século 19. Era uma máquina da Siemens, bastante rudimentar, com bobinas de 70 centímetros e tubos tipo Crookes. Naquela época, a cidade não tinha energia elétrica, era necessário usar pilhas, baterias ou combustíveis fósseis para fazer tudo funcionar.

É necessário fazer um destaque especial. Em 1896, o radiologista Álvaro Alvim foi para a França, onde se especializou em física médica e trabalhou diretamente com Marie Curie. De Paris, doutor Alvim trouxe os equipamentos para atender as pessoas e tecnologias que auxiliaram na formação dos primeiros Operadores de raios X brasileiros.

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