A avaliação radiográfica completa das fraturas deve incluir os seguintes elementos o sítio anatômico e a extensão de uma fratura, vamos acompanhar algumas classificações do mesmos.
Fraturas incompletas e completas. Fatores na avaliação radiológica de uma fratura: o tipo de fratura, incompleta ou completa.
Alinhamento. Fatores na avaliação radiológica de uma fratura: o alinhamento dos fragmentos.
O alinhamento dos fragmentos com relação a deslocamento, angulação, rotação, encurtamento ou afastamento, a direção da linha de fratura em relação ao eixo longitudinal do osso. a presença de características especiais como impacção, depressão ou compressão, a presença de anormalidades associadas, como fratura com luxação ou diástase concomitantes.
A distinção entre fratura exposta (ou composta, aberta), na qual o osso fraturado se comunica com o ambiente externo através de uma ferida aberta, e fratura fechada (ou simples), a qual não produz ferida aberta na pele, deve ser feita preferencialmente por exame clínico e não radiológico. Em crianças, a avaliação radiológica das fraturas, particularmente nas extremidades dos ossos tubulares, deve também levar em consideração o envolvimento da placa de crescimento (epífise). A localização da linha de fratura tem implicações com relação ao mecanismo da lesão e possíveis complicações. Uma classificação útil das lesões que afetam a epífise, metáfise, epífise ou todas essas estruturas foi proposta por Sal ter e Harris (tipos I a V) e ampliada por Rang (tipo VI) e Ogden (tipos VII a IX) para incluir quatro outros tipos de fratura.
Embora as lesões descritas por Range Ogden não envolvam diretamente a placa de crescimento, as sequelas deste traumatismo afetam a epífise da mesma maneira que as lesões diretas descrita por Sal ter e Harris. No tipo VI, que envolve apenas a região periférica da placa de crescimento, a lesão nem sempre pode estar associada com fratura. Pode resultar de uma contusão localizada, infecção induzida pelo Avaliação Radiológica do Traumatismo 57 traumatismo, ou queimadura grave. A lesão do tipo VII consiste em uma fratura puramente transepifisária que, se a epífise não estiver completamente ossificada, não pode sequer ser detectada na radiografia convencional. A lesão do tipo VIII envolvendo a região metafisária pode ser complicada por dano aos vasos sanguíneos que suprem a placa de crescimento, e no tipo IX, a lesão do periósteo pode interferir no mecanismo membranoso da formação óssea. Todos esses traumas, porém particularmente os dos tipos IV e V, podem levar a distúrbios do crescimento com consequente discrepância no comprimento dos membros.
Características especiais: Fatores na avaliação radiológica de uma fratura e características especiais.
Anormalidades associadas: Fatores na avaliação
radiológica de uma fratura e anormalidades associadas
Embora o diagnóstico da maioria das fraturas possa ser feito por meio de radiografias convencionais, algumas fraturas sutis, sem deslocamento e finas como um fio de cabelo podem não ser aparentes no momento da lesão. Nestas circunstâncias, certos sinais indiretos de fratura fornecem indícios diagnósticos úteis. Edemas de Tecidos Moles. O traumatismo ósseo sempre está associado a lesão dos tecidos moles, e em quase todos os casos de fratura aguda existe alguma evidência radiológica de edema de tecidos moles no local da fratura.
Fratura versus centro de ossificação: (A) Incidência dorsoplantar do pé revela edema de tecidos moles proeminentes localizado na face lateral. A linha radiotransparente na base do quinto metatarsal indica fratura. (B) Uma linha radiotransparente similar separa o fragmento ósseo da base do quinto metatarsal em outro paciente que tinha suspeita de fratura deste osso. Observe a ausência completa de edema dos tecidos moles. O achado representa um centro de ossificação secundário e não
uma fratura.
Obliteração ou Deslocamento das Linhas de Gordura. Fraturas sutis, sobretudo na porção distai do rádio, no escafoide do carpo, trapézio e na base do primeiro metacarpo, resultam em obliteração ou deslocamento dos planos faciais. Na incidência lateral do punho, pode ser detectada uma linha radiotransparente representando uma coleção de gordura entre o pronador quadrado e os tendões do músculo flexor profundo dos dedos. A fratura da porção distai do rádio resulta em uma alteração na aparência da linha de gordura do pronador quadrado, que pode estar deslocada anteriormente (no sentido palmar), borrada ou obliterada (sinal de MacEwan).
Linha de gordura do pronador quadrado: (A) O plano fascial do músculo pronador quadrado é mostrado na face palmar do antebraço distai como
uma linha radiotransparente. (8) Na fratura da porção distai do rádio, a linha de gordura está borrada e deslocada no sentido palmar devido a edema local e
hemorragia periosteal.
Terry e Ramin apontaram a utilidade de reconhecer a linha de gordura do escafóide, que geralmente é visível como uma fina linha radiotransparente paralela à superfície lateral do osso escafóide entre o ligamento colateral radial e a bainha sinovial do abdutor longo do polegar e doextensor curto do polegar. Na maioria das fraturas do escafóide, metacarpo, estilóide do rádio, trapézio, ou da base do primeiro metacarpal, a linha de gordura do escafóide está obliterada ou deslocada. Este achado é mais
aparente na incidência dorsopalmar do punho.
Reações Periosteal e Endosteal: A linha de fratura pode não ser visível, porém a resposta periosteal ou endosteal pode ser o primeiro sinal radiológico de uma fratura.
Sinais secundários de fratura: (A) Uma mulher de 49 anos de idade sofreu lesão na perna. A radiografia anteroposterior mostra novo osso periosteal na cortical mediai da porção distai da tíbia logo abaixo do maléolo, e mais proximamente na face lateral. Este sinal indireto de fratura representa um estágio inicial da formação de calo externo. A verdadeira linha de fratura espiral, semelhante a um fio de cabelo, é dificilmente distinguível. (B) Exemplo da formação do calo ósseo periosteal nos córtices mediai e lateral da diáfise proximal da tíbia. Uma faixa transversal de densidade aumentada, visível na porção medular do osso, representa o calo endosteal. A linha de fratura é praticamente invisível. Estas características são comumente encontradas em uma fratura por estresse.
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