O condroblastoma é um tipo raro de tumor ósseo benigno que se origina das células produtoras de cartilagem, chamadas condroblastos. Geralmente ocorre em ossos longos, como o fêmur ou a tíbia, mas também pode surgir em outras áreas dos ossos, como a coluna vertebral ou os ossos da mão e do pé. Embora seja considerado benigno, o condroblastoma pode causar dor e inchaço na área afetada e, em alguns casos, pode levar a danos nos tecidos circundantes. O tratamento geralmente envolve cirurgia para remover o tumor, e o prognóstico é geralmente bom, com baixas taxas de recorrência após a remoção completa do tumor.
Também conhecido como tumor de Codman, o condroblastoma, representando menos de 1% de todos os tumores ósseos primários, é uma lesão benigna que ocorre antes da maturação óssea, apresentando-se tipicamente nas epífises dos ossos longos, como úmero, tíbia e fêmur (figura 1).
Figura 1. Locais esqueléticos de predileção, faixa etária de incidência
máxima e relação homem/mulher no condroblastoma.
Embora o envolvimento secundário da metáfise após a maturação óssea seja reconhecido, uma localização predominantemente metafisária ou diafisária é raríssima. Igualmente não habitual é o envolvimento de vértebras ou a localização intracortical nos ossos longos. k vezes, a patela, que é considerada equivalente a uma epífise, é afetada. Dez por cento dos condroblastomas envolvem os pequenos ossos das mãos e dos pés, com o tálus e o calcâneo representando os locais mais comuns. Embora a lesão seja em geral observada nos ossos em crescimento, foram relatados alguns casos após obliteração da placa de crescimento. O condroblastoma em geral está localizado excentricamente, mostra uma borda esclerótica e amiúde demonstra calcificações esparsas da matriz (25% dos casos), (figura 2).
Figura 2. Uma lesão localizada na extremidade proximal da tíbia (setas) de um rapaz de 1 7 anos de idade demonstra borda esclerótica tênue e calcificações centrais.
Brower e colegas notaram uma reação periosteal sólida distintamente espessa distai à lesão em 57% dos condroblastomas nos ossos longos (figura 3).
Figura 3. Uma lesão na extremidade proximal do úmero (setas) desencadeou reação periosteal ao longo da cortical lateral (seta aberta).
Isto mais provavelmente representa uma reação inflamatória ao tumor. a maioria dos casos, a radiografia e a tomografia linear são suficientes para demonstrar a lesão (figura 4).
Figura 4. Radiografia lateral (A) e tomografia ântero-posterior (B) do joelho mostram o aspecto típico de um condroblastoma na epífise proximal da tíbia. Observe a lesão localizada excentricamente, radiotransparente, com uma margem esclerótica fina. Existem pequenas calcificações esparsas no centro da lesão, que são mais bem visualizadas na tomografia.
Porém a TC pode ajudar a demonstrar as calcificações se estas não forem visíveis nas radiografias padronizadas (figura 5).
Figura 5. TC de condroblastoma. (A) Radiografia ântero-posterior do ombro direito de um rapaz de 1 6 anos de idade mostra lesão na epífise proximal do úmero, mas sem demonstrar bem a presença de calcificações. Observe a camada bem organizada de reação periosteal na cortical lateral. (B) Corte de TC mostra claramente as calcificações. O tumor foi removido por curetagem, e ao exame histopatológico foi
confirmado o diagnóstico radiológico de condroblastoma.
Geralmente, a RM revela uma área maior de envolvimento do que pode ser observada na radiografia, incluindo edema da medula óssea regional e dos tecidos moles (figura 6).
Figura 6. RM de condroblastoma. (A) Imagem de RM axial ponderada em T2 (SE; TR 2000/TE 80 ms) do ombro de um homem de 18 anos de idade com condroblastoma da cabeça umeral esquerda mostra lesão com margem nítida, borda esclerótica e calcificações centrais. Observe o derrame articular de pequena monta e o edema peritumoral. Em um outro paciente, as imagens de RM sagital em densidade protônica (SE; TR 2000/TE 28 ms) (B) e axial ponderada em T2 (SE; TR 2000/TE 80 ms) (C) do joelho mostram a disseminação do condroblastoma localizado na face posterior da porção proximal da tíbia para os tecidos moles.
Histologicamente, o condroblastoma é composto por nódulos de matriz cartilaginosa bastante imatura circundada por um tecido altamente celular contendo células redondas, grandes, uniformes, com núcleos ovoides e citoplasma claro. As células gigantes multinucleadas semelhantes a osteoclastos são um achado frequente. A matriz exibe calcificações finas características circundando condroblastos apostos, que possui um arranjo espacial semelhante à configuração hexagonal da tela de arame de galinheiro.
Tratamento
Os condroblastomas geralmente são tratados por curetagem e enxerto ósseo. Apenas alguns casos relatados foram tratados com ablação percutânea por radiofrequência. Em casos raros, há metástases pulmonares na ausência de evidências histológicas de malignidade quer no tumor ósseo primário ou nas lesões pulmonares.
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