Ruptura do Manguito Rotador

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O manguito rotador do ombro, uma estrutura musculotendinosa ao redor da cápsula articular, consiste em quatro músculos intrínsecos: o subesca- pular, o supra-espinhal, o infra-espinhal e o redondo menor. As porções tendinosas do manguito, que convergem e se fundem para formar o invólucro que cobre a cabeça do úmero, inserem-se no colo anatômico e nas tuberosidades umerais. As lacerações geralmente ocorrem na porção supra-espinhal do manguito, a aproximadamente 1 em da inserção na tuberosidade maior do úmero (conhecida como zona crítica).
A lesão do manguito rotador pode ocorrer secundariamente a luxação na articulação glenoumeral ou a abdução súbita do braço contra a resistência. É mais comumente observada em pacientes acima de 50 anos de idade devido às alterações degenerativas normais no manguito que predispõem esta estrutura a ruptura até mesmo após lesões mínimas do ombro. Clinicamente, são características dos pacientes com dor no ombro e incapacidade de abduzir um braço.
Embora as radiografias do ombro normalmente sejam insuficientes para demonstrar a ruptura, certos aspectos radiográficos característicos de ruptura crônica do manguito rotador podem estar presentes na incidência ântero-posterior: (a) estreitamento do espaço acromiumeral a menos de 6 mm; (b) erosão da face inferior do acrômio secundária à migração cefálica da cabeça do úmero; e (c) achatamento e atrofia da
tuberosidade maior da cabeça do úmero causados pela ausência de estresse de tração pelo manguito rotador (Figura .1).

Figura 1.

Artrografia da articulação do ombro. O manguito rotador intacto (A) não permite a comunicação entre a cavidade articular glenoumeral e o complexo de bolsa subacromial- subdeltóide. Quando a artrografia é realizada devido a suspeita de ruptura do manguito, a opacificação das bolsas (B, C) indica a comunicação anormal entre estas e a cavidade articular, confirmando o diagnóstico.

Embora estes achados em geral sejam diagnósticos de ruptura crônica, a artrografia contrastada para ser realizada para confirmar ou excluir o diagnóstico suspeito. A medida que o manguito rotador intacto normalmente se separa do complexo das bolsas subacromial- subdeltóide da cavidade articular, apenas a articulação glenoumeral, o recesso axilar, a bolsa subtendínea do músculo subescapular e a bainha do tendão bicipital devem opacificar o exame artrográfico (Figura 1.A).

A opacificação das bolsas subacromial-subdeltóide é diagnóstica de ruptura do manguito rotador (Figura 1.B) Ocasionalmente, o contraste é observado apenas na substância do manguito rotador, enquanto o complexo das bolsas subacromial-subdeltóide permanece não opacificado, indicando ruptura parcial do manguito (Figura.2).

Figura.2

Ruptura parcial do manguito rotador. Esta lesão (A) permite a passagem de contraste para a substância do manguito (B) enquanto as bolsas
subacromial-subdeltóide permanecem sem contraste.

Embora a artrografia do ombro continue sendo a técnica efetiva para avaliar suspeita de ruptura do manguito rotador, a RM está sendo usada mais frequentemente como um método não-invasivo para o diagnóstico desta ruptura. A vantagem da RM sobre a artrografia não é apenas o fato de se tratar de uma técnica não-invasiva, mas também permitir a visualização dos tecidos ósseos e dos tecidos moles periarticulares do ombro nos planos coronal, sagital, axial e oblíquo. Este método provou ser altamente sensível (75 a 92%) e acurado (84 a 94%) no diagnóstico de ruptura completa do manguito rotador. Ademais, há uma correlação excelente entre a avaliação pré -operatória do tamanho das lacerações do manguito rotador por RM e a da medida na cirurgia.

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